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quarta-feira, 24 de junho de 2020

Os meios e seus fins



É questionável a informação de que os meios de comunicação de massa, principalmente a internet, o jornal, a TV e o rádio, exercem influências maléficas em nossos costumes, em nossa cultura e evidentemente em nossa língua, ditando valores, modificando costumes e uniformizando culturas. O tema é complexo e possui pontos de vista multilaterais e perguntar se isso é bom ou ruim para nossas vidas é inevitável.
Evidentemente, a comunicação é indispensável para o relacionamento humano, principalmente nos tempos modernos, mas o que fazer para filtrar informações que possam nos tirar a identidade cultural, implantar hábitos diferentes dos nossos ou até mesmo modificar nossa linguagem. É claro que não somos robôs para sermos manipulados e permanecermos passivos a este fenômeno, o bom-senso, o senso crítico e nossa própria condição de humanos nos permitem identificar o que nos convém de forma lógica e responsável.

Mas será mesmo que os meios de comunicação têm realmente o poder de nos manipular? Claro que não. Por trás de cada edição de jornal ou site, de programa de TV ou rádio existem pessoas iguais a nós, portanto os meios de comunicação são, como diz a própria expressão, apenas “meios” pelos quais estas pessoas tentam nos convencer de alguma coisa, ou seja, estas pessoas também poderiam utilizar os mesmos argumentos para nos convencer de suas ideias em uma simples conversa, sem a utilização de qualquer meio artificial de comunicação. A diferença está na quantidade de pessoas que os meios artificiais de comunicação podem alcançar, por isso a expressão “meios de comunicação de massa”.

Com estes argumentos, é simples percebermos que a TV, a internet, o jornal e o rádio são apenas meios, o que realmente nos “modifica” são os argumentos, os jargões fartamente repetidos, as imagens como forma de sensacionalismo e os vários recursos utilizados pelos autores, produtores e editores destes meios de comunicação.

Uma prova inconteste de que são pessoas que nos convence e não os meios de divulgação, está nos palcos de teatros por exemplo. Ora, quem já não chorou ou sorriu durante uma peça, quem já não mudou de opinião diante de uma palestra ou uma aula bem argumentada pelos seus ministrantes. Outra prova de que não somos escravos dos meios de comunicação está no fato de podermos a qualquer momento desligar a TV ou o rádio, não ler mais o jornal, não acessar mais a internet, ou mesmo discordar de tudo aquilo que nos apresentam estes meios de disseminação de ideias e ideais.

Claro que nem tudo que se apresenta na TV, por exemplo, é ruim ou propositalmente ofensivo. Existem programas e programas e nós devemos selecioná-los da mesma forma que selecionamos nossos amigos, que escolhemos uma revista na banca, que escolhemos um bom livro e qualquer outra coisa na vida, pois os fins não justificam os meios e nem tampouco os meios podem influenciar em nosso caráter, a não ser quando aceitamos ou nos tornamos passivos por acharmos que aquilo que nos oferecem a bom e pode nos dar prazer.

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